Os feriados eram dias dedicados às famílias, mas será que hoje isso continua acontecendo?
Acho que não. Cada vez mais as famílias estão se separando na hora do lazer, cada membro vai para lados diferentes. Nem se encontrar no almoço conseguem mais.
A Sexta-feira Santa, na minha infância, era um dia de jejum, muita reflexão e pouca comida. Tínhamos por hábito comer um peixe ensopado com uma fatia de pão e um cálice de vinho para os adultos, e um cálice de água com um dedo de vinho para as crianças. Peixe ensopado porque não era muito saboroso e era dia de jejum, nada de peixe frito que todos gostavam. Se falava pouco para refletir muito sobre a viva e, sobre tudo, que deveríamos perdoar. Realmente era um dia de pensar, de refletir sobre a vida. Bolinho de bacalhau, salmão a Gomes de Sá, ou salmão gratinado com alcaparras é banquete, e não jejum.
Íamos muito cedo caminhar em grupo para colher macela e falar sobre a vida com os amigos.
A melhor maneira de seguir em frente é perdoar nossos próprios erros e evitar comete-los novamente, e perdoar os erros dos outros mesmo sabendo que poderão comete-los novamente. Perdoar não quer dizer esquecer. É difícil, mas é possível agir assim, o desgaste é menor.
Precisamos ajudar o maior número possível de pessoas que querem ser ajudadas, "pior cego é o que não quer ver". Devemos economizar energia com quem não tem vontade de crescer saudavelmente. Isto quer dizer sem passar por cima dos outros.
Tenho lutado muito pela liberdade para o comércio trabalhar nos feriados, isto pode ser possível preservando as famílias, desde que o comércio abra somente à tarde e seja preservada a manhã e o almoço para as famílias. Ao contrário do que muitos pensam, isso pode aproximar muito mais. Hoje, sai cada um para um lado, ninguém fica junto. Se o comércio abrir à tarde, todos ficarão juntos e com uma remuneração melhor e com mais empregos.
O mundo mudou, nós também precisamos mudar.
Hoje, nós temos pais órfãos de filhos vivos! Uma mãe cuidava de 10 filhos, mas hoje cinco filhos não cuidam de uma mãe idosa.